quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sincronia das folhas

O cinza das folhas
Na ciranda diária
a sincronia árdua
Gelada, calada

O sol plumbeo
E as folhas ainda
Giram tão desnudas
Na dança plástica

A folha caída, só
O vento levanta
Sua massa tão crua

Maldito seja ele
Oh, vento estúpido
Por que não me levas?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palavras

Palavras ditas
Não teem o mesmo valor
Que palavras escritas
Pois, palavras ditas
Voam com o vento
E palavras escritas
Não se apagam com o tempo.

sábado, 27 de março de 2010

Lamento

Esses ai, covardes sem pátria
Ão de colher pútridos frutos
Para ceiar na noite santa

Esses ai, eles que nos a matam
Que queimam nossas almas dia-dia
Ão de colher em seus jardins

O mártire que semearam
Descordia que assim nutriram
E a dor de nos assoitarem

Bom Rapaz

Essa é a história
De um bom rapaz
Queria tudo
E algo mais

Mas muita coisa ao seu redor
Simplismente virou pó

Ele só queria paz
Alguém pra poder amar
Alguém pra poder contar
Uma frase pra poder cantar

Mas invetou de querer
Mas inventou de voar
Mas inventou de Querer
Mas inventou de voar

quinta-feira, 25 de março de 2010

Não chores por ninguém

Não temais medo algum
Nem disperdiçais vossas,
Doces e puras lágrimas
Lágrimas de cristal Ogum

Não chores pra min, por ninguém
dignidade alguma eu,
Inútil ser fraco tenho
De ver-te chorar sem vintém

De ver escorrer nos olhos
Cristalinos e amáveis
Que tens, tu meu puro amor

Não chores, pois tanto assim
Sorria como a quem te ama
Um tolo ser que mal clama

Chuva Cálida

Nessa chuva
Que na calma
Manhã aflora

Canta meu povo
Clama calmo
Pela flora

Outra hora
Desengana
Eis aí, outrora

quarta-feira, 24 de março de 2010

Seres Egocêntricos

Eu vagando no centro da cidade
Estou no meio da humanidade
Por entre gentes descalçadas
Eis, as criaturas desmanteladas

Observando os tantos movimentos
Decaindo por entre os tormentos
Seres sem santa racionalidade
Os desvairados da humanidade

Nós que somos os loucos egocêntricos
Serdes-vós a bondade, santidade
Somos os pecadores da trindade

Eis aqui o contra toda a maldade
Contra o vosso Deus material
Há os seres egocêntricos, afinal
Amor Nostalgia

Quero te ver
Quero te ter
Tomar teu coração
A luz do dia

Ter a eternidade a nossos pés
Sem medo e com ousadia

No amor dos profetas visionários
Não ter noite, não ter dia
Te abraçar nas noites frias
Meu amor e minha vida

Te amar a luz da noite
Como se ama a poesia
E na língua dos cegos
Te beijar com alegria

Esperar o fim da vida
E morrer em nostalgia
A brisa

Lembro da brisa
Doce da chuva
Criança brinca
Feliz sem mal ter

Hoje a brisa
Não me adoça
Amarga meu céu
Fico sem chuva

Sou eu amargo
Ou é o tempo
Triste afago

Eu tinha doce
Hoje amargo
Estou calado